Itaú lucra bilhões

Mas, na prática, se traduz em demissões, sobrecarga e um ambiente de trabalho cada vez mais tóxico, com metas abusivas, jornadas exaustivas e adoecimento crescente.

Por Rose Lima

O Itaú, maior banco privado da América Latina, obteve lucro líquido de R$ 11 bilhões apenas no primeiro trimestre de 2025, salto de 13,9% em relação ao mesmo período de 2024. Enquanto os números impressionam o mercado, a realidade por trás do resultado revela um modelo de negócios que penaliza trabalhadores e correntistas em nome da rentabilidade máxima.

 

 

Nos últimos 12 meses, o banco fechou 222 agências e postos de atendimento em todo o país. Outras 55 unidades encerram as atividades no máximo até agosto. A justificativa é a “otimização de custos” e a digitalização dos serviços.

 

 

Mas, na prática, se traduz em demissões, sobrecarga e um ambiente de trabalho cada vez mais tóxico, com metas abusivas, jornadas exaustivas e adoecimento crescente.

 

 

O corte de pessoal e estrutura tem reflexos diretos na qualidade do atendimento. Agências superlotadas, filas intermináveis e dificuldade de acesso ao serviço bancário empurram milhões de clientes para outros bancos. Só no último ano, o Itaú perdeu 1,4 milhão de correntistas.

 

 

O cenário expõe o modelo de um sistema bancário concentrado, onde o lucro é socializado entre poucos. O Itaú é controlado pela bilionária família Setúbal, cuja fortuna estimada gira em torno de R$ 9,95 bilhões, segundo o ranking da Forbes. Uma elite que lucra mesmo quando os serviços pioram e os trabalhadores adoecem.

 

 

No país mais desigual do mundo, esse é mais um exemplo da urgência em taxar os super-ricos. Enquanto a maioria da população paga altos juros, tarifas e sofre com a precarização dos serviços, o sistema financeiro segue intocado. Lucros recordes, custo social invisível. A conta não fecha.