Manutenção da Selic 15% e propotas antidemocráticas ameaçam o país

O que se observa, na prática, é a manutenção de um modelo econômico que beneficia especuladores e rentistas. Para o cidadão comum, o impacto pesa no bolso.

Por Rose Lima

Esta semana, os brasileiros presenciaram mais um capítulo sombrio de uma história que parece não ter fim, com a manutenção, pelo Copom (Comitê de Política Monetária), da taxa básica de juros em 15% ao ano, decisões políticas que atentam contra os princípios democráticos e propostas de anistia a golpistas, incluindo o ex-presidente Bolsonaro.

 

 

O Copom, com a postura descolada da realidade brasileira, novamente decidiu manter a Selic em 15% ao ano, na reunião de quarta-feira. Um índice exorbitante, que coloca o país no topo da lista mundial de juros reais. A justificativa é a necessidade de controlar a inflação, mas isso não é verdade.

 

 

O que se observa, na prática, é a manutenção de um modelo econômico que beneficia especuladores e rentistas. Para o cidadão comum, o impacto pesa no bolso. Juros elevados significam endividamento, dificuldades para o crédito e renda cada vez mais corroída.

 

 

Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a média de juros cobrados no Brasil saltou de 36% ao ano, em 2021, para alarmantes 56% em 2025.

 

 

Mal presságio

 

 

Além das questões econômicas, o Brasil vive um momento de tensão política. A PEC da Blindagem, aprovada pela extrema direita na Câmara dos Deputados, coloca parlamentares acima das leis. A medida é um verdadeiro ataque ao Estado de Direito, uma tentativa clara de enfraquecer a Justiça e consolidar uma espécie de "zona de imunidade" para figuras políticas corruptas ou golpistas.

 

 

Enquanto isso, propostas de interesse da sociedade, com a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, medida que beneficiaria imediatamente 10 milhões de brasileiros, e o fim da escala 6x1 seguem engavetadas no Congresso.