Zumbi na luta do povo negro
Dentro das comunidades quilombolas, nas religiões de matrizes africana, entre pescadores artesanais e quebradeiras de coco, a identidade negra resiste com força e dignidade.
Por Julia Portela
A luta negra, marcada por uma trajetória de invisibilização, ganha protagonismo em uma data das mais simbólicas da história do país: o Dia da Consciência Negra, que marca a morte de Zumbi dos Palmares. O feriado traz à tona a urgência da consciência, não como algo espontâneo, mas como um ato político e coletivo de reconhecer o outro, provocar o debate e expor a realidade de um povo que, há séculos, resiste ao apagamento.
Dentro das comunidades quilombolas, nas religiões de matrizes africana, entre pescadores artesanais e quebradeiras de coco, a identidade negra resiste com força e dignidade. Essa permanência é resultado direto de uma luta específica, travada muitas vezes de forma isolada, para reparar marcas históricas e impedir o desaparecimento de culturas inteiras que sustentam a diversidade do Brasil.
O movimento da Consciência Negra foi reconhecido oficialmente em 2011, no governo da presidenta Dilma Rousseff, quando o 20 de novembro passou a ser o Dia Nacional de Zumbi dos Palmares. No entanto, apenas em 2024, no terceiro governo Lula, a data foi instituída como feriado nacional, um passo importante na valorização da luta do povo negro e no fortalecimento da memória histórica do país.
Um feriado que carrega o nome “Consciência Negra” exige mais do que descanso. Requer compromisso com a história, compreensão da realidade e disposição para enfrentar o racismo e suas consequências sociais. É um chamado à responsabilidade coletiva de apoiar a reparação histórica e caminhar rumo a uma sociedade mais justa, na qual a equidade e o reconhecimento não sejam apenas promessas, mas práticas concretas.
