Gestão dos bancos adoece os trabalhadores

Os dados, adquiridos com a participação de 5.803 bancários em todo o Brasil, demonstram que as práticas desumanas como a despersonalização da categoria, o discurso e métodos de controle que focam nas metas, vigilância exacerbada, ameaças de demissão, cobrança por resultado, sobrecarga transformam o ambiente de trabalho em um lugar extremamente tóxico.

Por Angélica Alves

A saúde mental dos bancários está em perigo por causa do modelo de gestão adotado pelos bancos. Cerca de 80% dos funcionários do setor tiveram pelo menos um problema de saúde relacionado ao trabalho no último ano, é o que indica a pesquisa do movimento sindical. 


Destes trabalhadores, quase metade está em acompanhamento psiquiátrico. Entre os que estão nesta situação, 91,5% usam medicações prescritas pelo psiquiatra, um percentual que cai para 64,4% entre os que estão em outros tipos de acompanhamentos médicos. 


Os dados, adquiridos com a participação de 5.803 bancários em todo o Brasil, demonstram que as práticas desumanas como a despersonalização da categoria, o discurso e métodos de controle que focam nas metas, vigilância exacerbada, ameaças de demissão, cobrança por resultado, sobrecarga transformam o ambiente de trabalho em um lugar extremamente tóxico. 


Por isso, mais do que nunca, os representantes dos trabalhadores cobram dos bancos, que lucraram mais de R$ 107 bilhões no ano passado, medidas que garantam os direitos e a saúde. A ganância não pode continuar prejudicando os trabalhadores.