Fraudes no INSS cresceram sob Bolsonaro

Dados apresentados pelo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, revelam que cerca de 9,4 milhões de aposentados sofreram algum tipo de desconto indevido. Só nos últimos meses do governo Bolsonaro, três entidades suspeitas firmaram convênios com o INSS, justamente no momento de maior descontrole institucional. As fraudes escalaram em ritmo acelerado, sem auditoria e sem vigilância, abrindo um buraco estimado em R$ 200 bilhões.

Por Camilly Oliveira

A crise no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) tem origem clara: decisões tomadas entre 2019 e 2022 desmontaram a estrutura mínima de proteção aos beneficiários. A revogação da revalidação trimestral de convênios e a liberação generalizada de consignados criaram o terreno fértil para um esquema silencioso, que corroeu aposentadorias sem alarde.

 


Dados apresentados pelo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, revelam que cerca de 9,4 milhões de aposentados sofreram algum tipo de desconto indevido. Só nos últimos meses do governo Bolsonaro, três entidades suspeitas firmaram convênios com o INSS, justamente no momento de maior descontrole institucional. As fraudes escalaram em ritmo acelerado, sem auditoria e sem vigilância, abrindo um buraco estimado em R$ 200 bilhões.

 


O atual governo precisou correr para conter os danos. O uso de biometria facial, a suspensão de convênios irregulares e a devolução direta de valores lesados fazem parte da resposta. Mais de 685 mil pessoas já foram atendidas, em ações itinerantes nos municípios voltadas aos mais vulneráveis. Se trata de uma correção forçada após anos de descaso.

 


No Congresso, o clima é de cobrança. Parlamentares exigem rastreamento dos responsáveis e punições à altura. A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do INSS aponta para um escândalo que ultrapassa a simples corrupção: foi uma máquina montada com aval político e funcional para roubar quem mais depende do Estado.