Milícia rural está no alvo da PF

Um grupo de fazendeiros autodenominado “Invasão Zero” que funciona como uma milícia rural, se reunindo por meios de grupos on-line para, segundo eles, impedir ocupações de terra por meio de armas de fogo e do apoio de policiais militares está sendo investigado pela Polícia Federal. 

Por Camilly Oliveira

Um grupo de fazendeiros autodenominado “Invasão Zero” que funciona como uma milícia rural, se reunindo por meios de grupos on-line para, segundo eles, impedir ocupações de terra por meio de armas de fogo e do apoio de policiais militares está sendo investigado pela Polícia Federal. 

 

São dois inquéritos abertos após a APIB (Articulação dos Povos Indígenas) e a APOINME (Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo) protocolarem notícias-crime em fevereiro, para apurar a atuação do grupo em terras baianas e também o assassinato de Fátima Muniz, conhecida como Nega Pataxó, morta pelo filho de um fazendeiro envolvido com a ação do Invasão Zero.

 

As denúncias acusam os ruralistas de organização criminosa e incitação ao crime. Também definem o Invasão Zero como “agrupamentos paramilitares de produtores rurais” mobilizados para retirar à força e à margem de decisões judiciais ocupações rurais do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra).

 

Para relembrar, uma frente parlamentar foi lançada com esse mesmo nome em outubro do ano passado no Congresso Nacional, contando com a presença de Jair Bolsonaro e o ex-ministro Ricardo Salles, que sempre se mostraram a favor dos fazendeiros e de grupos extremistas.