Empreender por necessidade, não por escolha
As mulheres sustentam lares, comandam negócios e enfrentam um sistema que nunca as quis no controle. São chamadas de guerreiras quando fazem o impossível, mas ignoradas quando exigem direitos.
Por Camilly Oliveira
As mulheres sustentam lares, comandam negócios e enfrentam um sistema que nunca as quis no controle. São chamadas de guerreiras quando fazem o impossível, mas ignoradas quando exigem direitos.
Empreendem porque o mercado formal fecha portas e o Estado falha. Enquanto isto, acumulam trabalhos, sofrem sobrecarga e sustentam um país que insiste em desvalorizá-las.
Pesquisa da Secretaria da Mulher do Rio mostra que 49% das empreendedoras são as principais provedoras da casa. O estudo, com 1.844 mulheres, revela que 80% são mães e enfrentam críticas por trabalharem. O Sebrae aponta que elas representam 54,6% do empreendedorismo potencial, crescendo por necessidade e falta de alternativas.
Mesmo movendo a economia, as mulheres lidam com jornadas duplas, salários menores e falta de crédito para expandirem os negócios. Enfrentam preconceito, violência e um Estado omisso que não garante creches, incentivos e nem seguridade social. O empreendedorismo feminino avança, mas à custa do sacrifício de quem precisa lutar todos os dias para garantir o básico.