Desmatamento da Mata Atlântica recua
A queda de 14% no desmatamento da Mata Atlântica não é favor concedido por ruralistas nem cortesia do mercado. É fruto direto de um governo que voltou a colocar a preservação ambiental no centro da política pública. Após anos de devastação legitimada por omissão e conivência, os instrumentos de controle foram reativados, os alertas passaram a ser levados a sério e a fiscalização voltou à ativa.
Por Camilly Oliveira
A queda de 14% no desmatamento da Mata Atlântica não é favor concedido por ruralistas nem cortesia do mercado. É fruto direto de um governo que voltou a colocar a preservação ambiental no centro da política pública. Após anos de devastação legitimada por omissão e conivência, os instrumentos de controle foram reativados, os alertas passaram a ser levados a sério e a fiscalização voltou à ativa.
Segundo a SOS Mata Atlântica, com base em dados do INPE (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) e do SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento), os alertas recuaram de 7.396 para 5.693 em 2024, sinalizando retomada de vigilância sobre os biomas.
A extensão média das áreas desmatadas cresceu de 11,2 para 12,5 hectares, mostrando que, onde há corte, acontece de modo mais agressivo. O Piauí liderou o índice com salto de 44% na devastação, enquanto a Bahia, apesar da redução total, duplicou o desmatamento de matas maduras.
É neste cenário de disputa que o governo Lula atua, entre retrocessos herdados e uma máquina pública que voltou a funcionar recentemente. O aumento da transparência, o uso da tecnologia para monitoramento e a articulação com estados mostram que combater o desmonte ambiental exige ação, enfrentamento político e coragem para barrar os que tratam floresta como ativo de exportação.