O racismo não passou, só se disfarçou

Em pleno 2025, quase 85% da população preta segue relatando discriminação racial no Brasil. Mesmo com anos de discursos e capas bonitas, nada muda na essência. O país ainda distribui privilégios pela cor da pele, e a violência contra corpos negros continua sendo rotina, não exceção. O racismo não caiu com a escravidão, apenas trocou de uniforme.

Por Camilly Oliveira

Em pleno 2025, quase 85% da população preta segue relatando discriminação racial no Brasil. Mesmo com anos de discursos e capas bonitas, nada muda na essência. O país ainda distribui privilégios pela cor da pele e a violência contra corpos negros continua sendo rotina, não exceção. O racismo não caiu com a escravidão, apenas trocou de uniforme.

 


Uma pesquisa, apoiada pelo Ministério da Igualdade Racial, escancarou o óbvio: pretos recebem menos respeito, são atendidos com descaso e ainda tratados como suspeitos. A cada dez, sete já foram alvos de mais de uma forma de preconceito. Mulheres pretas lideram a estatística brutal. Não se trata de acaso, mas de um sistema que só funciona mantendo a maioria à margem. O índice de quem é seguido em lojas salta para 21,3% entre os pretos, enquanto mal chega a 8,5% entre os brancos.

 


Os dados mostram a engrenagem que empurra o povo preto para os piores índices: mais mortes, mais desemprego, mais exclusão. Ser negro no Brasil continua significando risco, vigilância e invisibilidade. A cada loja onde se é seguido, a cada vaga negada, a cada consulta negligenciada, o país reafirma o pacto invisível e silencioso com a desigualdade.

 


E não adianta esconder isto sob campanhas com estética colorida, o que precisa mudar não é o marketing, é a estrutura. Racismo não se resolve com hashtag. Se combate com política pública, com orçamento, com reparação. E principalmente, com coragem para mexer onde dói, no poder das elites dominantes.