Demência é invisibilizada no Brasil
Só 20% dos casos de demência são diagnosticados no Brasil, segundo relatório do Economist Impact, do The Economist Group. Enquanto países da Europa identificam 54% dos quadros e a América do Norte atinge 63%. Já são 1,8 milhão de pessoas com demência, número que saltará para 2,8 milhões até 2030.
Por Camilly Oliveira
Só 20% dos casos de demência são diagnosticados no Brasil, segundo relatório do Economist Impact, do The Economist Group. Enquanto países da Europa identificam 54% dos quadros e a América do Norte atinge 63%. Já são 1,8 milhão de pessoas com demência, número que saltará para 2,8 milhões até 2030.
A negligência não nasce do acaso: falta de investimento na atenção básica, formação precária de médicos generalistas e nenhum plano nacional efetivo de enfrentamento. Enquanto a Política Nacional de Cuidados permanece no papel, familiares, sobretudo mulheres pobres, assumem, sozinhas, a sobrecarga brutal de cuidar.
Sem apoio psicológico, remuneração ou estrutura, são vítimas de uma sociedade que ainda associa demência ao envelhecimento “natural”. Não se trata de ignorância individual, mas de um apagamento coletivo orquestrado pela desigualdade.
Estudos da USP (Universidade de São Paulo) mostram que mais da metade dos casos de demência poderiam ser evitados com políticas simples: combate ao sedentarismo, controle de doenças crônicas, redução do analfabetismo.