Fome em Gaza: genocídio a céu aberto

Gaza é grito que ecoa entre escombros, sufocado pela omissão da ONU, cumplicidade dos Estados Unidos e o cinismo da Europa. É tarde para desculpas. O povo morre de fome enquanto os líderes do mundo discursam sobre paz. Fome não é dano colateral, é crime e genocídio. A história punirá. 

Por Camilly Oliveira

A Faixa de Gaza entrou nesta semana na fase 5 da escala da ONU (Organização das Nações Unidas) de desastres humanitários, a pior possível. É o colapso completo da segurança alimentar com fome generalizada, crianças morrendo de desnutrição, mães sem leite, hospitais sem energia, e corpos acumulando sem nome e sem número. 

 


Mais de 60 mil palestinos foram mortos desde o início do conflito, em outubro de 2023, a maioria civis. E agora, os que sobreviveram aos bombardeios criminosos de Israel, morrem de fome. Não é uma guerra, é extermínio, na essência mais pura da palavra. 

 


E a fome virou método: Israel bombardeia silos, impede caminhões de ajuda humanitária, ataca centros médicos e acusa quem tenta salvar vidas. A desnutrição infantil ultrapassou o nível de catástrofe. A cada 10 mil pessoas, duas morrem por dia, só por fome, não por bombas. Dados recentes mostram que dois quintos das mulheres grávidas estão desnutridas. Em Gaza, as crianças não estão crescendo, estão definhando diante de um mundo que finge não ver.

 


Desde o ataque de 7 de outubro de 2023, quando 1.200 israelenses foram mortos, Israel deu início à destruição sistemática de Gaza. Cidades apagadas do mapa, campos de refugiados alvejados, hospitais virados em alvo. As supostas ajudas lançadas por ar não alimentam nem 10% da população. E pior: muitas exigem preparo com água e combustível, bens inexistentes no território sitiado.

 


Gaza é grito que ecoa entre escombros, sufocado pela omissão da ONU, cumplicidade dos Estados Unidos e o cinismo da Europa. É tarde para desculpas. O povo morre de fome enquanto os líderes do mundo discursam sobre paz. Fome não é dano colateral, é crime e genocídio. A história punirá.