Loterias da Caixa: porta aberta para a privatização
Desde que transferência começou a ser ventilada, as entidades, como o Sindicato dos Bancários da Bahia, se posicionaram contra.
Por Ana Beatriz Leal
A migração dos negócios de Loterias da Caixa para a subsidiária Caixa Loterias S.A, criada em 2016 pelo governo Temer, famoso entreguista, é mais um passo para a pavimentar o caminho da privatização do banco, ameaçado há muito tempo. A confirmação foi feita pela própria instituição financeira nesta quarta-feira (17/04).
Segundo a empresa, “a migração conferirá maior foco e contribuirá para o objetivo de modernização do negócio de loterias, expansão do mercado de jogos, diversificação dos produtos e incremento do resultado”. Na prática, reduz o papel social do banco 100% público e abre brecha para o sucateamento e entrega do patrimônio.
As loterias investiram 39,2% do total arrecadado (R$ 23,4 bilhões) na parte social em 2023. O valor aplicado foi de R$ 9,2 bilhões em áreas como seguridade social, educação, segurança, cultura e esporte. A mudança, portanto, ameaça as ações voltadas para a redução das desigualdades sociais.
Desde que transferência começou a ser ventilada, as entidades, como o Sindicato dos Bancários da Bahia, se posicionaram contra. "Como eu disse na audiência pública na Câmara dos Deputados, este é um caminho ardiloso para a privatização, passa as Loterias para uma subsidiária e depois abre o capital, como foi feito na Caixa Seguridade. Precisamos judicializar a questão imediatamente," ressaltou Emanoel Souza, secretário Geral da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe e membro da Comissão dos Empregados da Caixa.