Mães invisíveis ao mercado de trabalho. Cruel

As mulheres que lidam com dupla, às vezes, tripla jornada, e se desdobram para dar conta das demandas dos filhos, dos cuidados com a casa e da vida profissional, se tornam, constantemente, invisíveis ao mercado de trabalho. No Brasil, 11,1 milhões deixaram a ocupação para cuidar dos filhos e da casa, aponta pesquisa inédita da USP.

Por Rose Lima

As mulheres que lidam com dupla, às vezes, tripla jornada, e se desdobram para dar conta das demandas dos filhos, dos cuidados com a casa e da vida profissional, se tornam, constantemente, invisíveis ao mercado de trabalho e à própria sociedade. As empresas têm um olhar “machista” e preconceituoso a respeito da maternidade e eliminam só dó as mães da força de trabalho. 


No Brasil, 11,1 milhões de mulheres deixaram a ocupação para cuidar dos filhos e da casa em 2022, apesar de desejarem está no mercado, segundo pesquisa inédita da USP (Universidade de São Paulo). As negras seguem lidando diariamente com mais preconceito – elas era 6,8 milhões. Outras 4,3 milhões eram brancas.


O estudo faz um destaque. Se essas trabalhadoras permanecessem no mercado, a força de trabalho cresceria em torno de 10%, em um país que envelhece rapidamente e cuja população deve parar de crescer no fim da década.


O impacto na produtividade é claro. No quesito escolaridade, a mulher tem mais instrução do que o homem. Tem mais anos de estudo, é maioria nas universidades desde os anos 1990 e também entre os formados. Mesmo assim, ganha em média 78% do que recebe o trabalhador do sexo masculino. 


Segundo o estudo, a taxa de participação das mulheres casadas com filhos de até 2 anos no mercado é de 49,3%. A do homem na mesma situação é de 93,9%.