Lucro bilionário da Caixa. Gestão preocupante 

Apesar de ter aumentado o lucro líquido em 71,5% no primeiro trimestre deste ano - R$ 4,9 bilhões -, a Caixa, único banco 100% público no país, tem apostado na redução da estrutura física e humana, motivo de grandes protestos e preocupações do movimento sindical. 

Por Ana Beatriz Leal

Apesar de ter aumentado o lucro líquido em 71,5% no primeiro trimestre deste ano - R$ 4,9 bilhões -, a Caixa, único banco 100% público no país, tem apostado na redução da estrutura física e humana, motivo de grandes protestos e preocupações do movimento sindical. 
 

Nos três primeiros meses deste ano, o lucro contábil da empresa somou R$ 5,8 bilhões, alta de 133,9% em 12 meses e 27,5% no trimestre. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido foi de 11,77%, elevação de 2,76 p.p. em 12 meses. O patrimônio líquido cresceu 6,5% no período.
 

A robustez financeira não impediu o fechamento, em todo o Brasil, de 117 agências, 8 postos de atendimento, 21 unidades lotéricas e 234 unidades de correspondentes Caixa Aqui. 
 

O quadro de pessoal também está enxuto. Em um ano houve redução de 3.024 postos de trabalho, apesar de o banco ter registrado leve crescimento de 463 empregados em relação ao trimestre anterior. Até março passado, a instituição financeira contava com 83.770 trabalhadores.
 

Os indicadores financeiros são positivos, mas há uma contradição. O modelo de gestão desconsidera o papel social da Caixa, sobrecarrega os empregados, eleva o índice de adoecimento e prejudica o atendimento à população, sobretudo em regiões onde os habitantes dependem do banco para ter acesso a serviços essenciais, como habitação, FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), programas sociais e crédito rural.