A pressa que adoece

O que se vê é um ambiente profissional que normaliza jornadas intensas, metas inatingíveis e rotinas exaustivas. Nesse cenário, desacelerar tornou-se um ato de resistência.

Por Julia Portela

Comer rápido demais pode parecer um hábito inofensivo, mas especialistas em saúde mental e nutrição alertam: a pressa é reflexo direto de um modelo de vida que exige agilidade constante, produtividade a todo custo e pouca margem para o cuidado com o próprio corpo.

 


A impulsividade e a ansiedade observadas em quem se alimenta apressadamente estão diretamente ligadas ao ritmo imposto por um modelo de trabalho que, na busca por resultados imediatos, moldam comportamentos que priorizam o fazer contínuo, a eficiência sem pausa, a produtividade sem descanso. Até o momento da refeição, que deveria ser de calma e cuidado, é tratado como mais uma tarefa a ser riscada da lista.

 


O que se vê é um ambiente profissional que normaliza jornadas intensas, metas inatingíveis e rotinas exaustivas. Nesse cenário, desacelerar tornou-se um ato de resistência. Buscar formas de trabalho mais humanas, que respeitem os tempos do corpo e da mente, é fundamental para garantir saúde e dignidade aos trabalhadores.

 


Repensar esse modelo onde o valor de um profissional é medido pela velocidade e não pela qualidade, é urgente. O cuidado começa pelo básico: inclusive, pela forma como comemos.