Luta coletiva é a reposta à ganancia dos bancos privados
As reivindicações dos representantes sindicais e bancários escancararam as práticas abusivas dos bancos privados.
Por Julia Portela
Na tarde do segundo dia (19) da 27ª Conferência de Bancários da Bahia e Sergipe, bancários e representantes sindicais dos bancos privados se reuniram para debater os desafios impostos pelas instituições financeiras. Estiveram presentes Andreia Sabino (FEEB), Elder Perez (presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia), Adelmo Andrade (Santander), Ronaldo Ornelas (Bradesco), Luciana Dorea (COE/Itaú) e Adilson Azevedo (presidente do Sindicato de Sergipe). O espaço foi fundamental para levantar pautas que serão levadas à instância nacional da categoria. A palavra de ordem foi clara: a luta é coletiva, e a união fortalece cada reivindicação.
Elder Perez destacou a urgência da regulamentação do sistema financeiro e criticou duramente o fechamento de agências e as demissões em massa. Reforçou a necessidade de garantir pelo menos uma agência em cada município, como um compromisso social mínimo. A digitalização forçada, segundo ele, transfere riscos à população, que agora se torna alvo direto de fraudes e violência, sem a proteção dos serviços presenciais.
As reivindicações dos representantes sindicais escancararam as práticas abusivas dos bancos. No Itaú, as metas inatingíveis e a vigilância constante têm provocado o adoecimento dos trabalhadores. O fechamento de agências exclui clientes e funcionários, violando o direito ao atendimento presencial.
O Bradesco também foi alvo de críticas pelas metas abusivas, pela exclusão de aposentados do plano de saúde e pelos ataques aos direitos históricos da categoria. As mudanças tecnológicas, longe de promover avanços, vêm sendo utilizadas como pretexto para demitir e precarizar, sem qualquer diálogo com os trabalhadores.
Adelmo Andrade, reforçou as denúncias contra o banco espanhol: sobrecarga de trabalho, terceirização, fraudes trabalhistas, fechamento de agências e a retirada de convênios, como a Unimed, que restringem o acesso à saúde de qualidade.
A realidade escancara a ganância sem limites dos bancos privados. Diante disso, a mobilização e a negociação nacional tornam-se urgentes. Só com luta e organização será possível barrar os retrocessos e avançar na conquista de direitos para a categoria.