Caixa tem de respeitar negociação permanente
A representação dos empregados quer participar previamente das discussões sobre o futuro da instituição, conforme previsto no Acordo Coletivo de Trabalho, por isto, enviou ofício cobrando inserção no diálogo.
Por Ana Beatriz Leal
A Caixa tem passado por mudanças que mexem com a rotina, o emprego e a estabilidade mental dos trabalhadores. É o caso da possibilidade de transformação da empresa em um banco digital. A representação dos empregados quer participar previamente das discussões sobre o futuro da instituição, conforme previsto no Acordo Coletivo de Trabalho, por isto, enviou ofício cobrando inserção no diálogo.
A cobrança é que providências sejam tomadas em relação às recentes modificações no modelo de trabalho e gestão da empresa, que têm impacto direto na vida dos empregados. “Tais alterações estão integralmente vinculadas ao processo de digitalização da atividade bancária, que, por meio do uso intensivo de tecnologia da informação e inteligência artificial, busca implementar uma nova modalidade de prestação do trabalho bancário”, diz trecho do ofício.
O objetivo não é impedir a evolução tecnológica, mas reforçar que a participação prévia da representação sindical dos empregados está definida na Cláusula 49 do nosso ACT.
Ignorar a representação dos empregados no debate sobre os impactos na vida dos bancários em função da implantação de novos processos de trabalho pela empresa contraria a Convenção 154 da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
O documento estabelece que o Estado brasileiro tem de incentivar a negociação coletiva, sobretudo por meio do “estabelecimento de normas de procedimentos acordadas entre as organizações de empregadores e as organizações de trabalhadores”.