Caixa: função social em risco
Fechar agências em nome da lucratividade é se render à lógica do mercado, deixando para trás a missão pública que justifica a existência da Caixa. Sindicatos dos Bancários dialogam com a Superintendência, que afirma buscar alternativas para realocar os colegas afetados.
Por Julia Portela
O encerramento de agências da Caixa, como o caso recente da unidade Garibaldi Prime, em Salvador, reflete uma política nacional de reestruturação que transforma unidades físicas em digitais ou simples postos de atendimento. Por trás do discurso de “eficiência”, o que se vê é a retirada silenciosa da presença do banco público dos territórios, prejudicando a população mais vulnerável e aprofundando desigualdades.
Essas medidas atingem diretamente quem mais depende do atendimento presencial: idosos, pessoas com baixa escolaridade, trabalhadores informais e moradores de periferias, que não têm acesso pleno ao digital. Para os empregados, as mudanças vêm acompanhadas de instabilidade, transferências forçadas e sobrecarga de trabalho. Já para a sociedade, o impacto é claro: desmonte do papel social da Caixa, queda na qualidade do atendimento e retrocesso no desenvolvimento local.
Uma agência fechada é mais do que uma porta com cadeado, é uma negação do compromisso com políticas públicas essenciais como o Bolsa Família, o FGTS e o Minha Casa, Minha Vida. A Caixa, mesmo em unidades que não apresentam lucro imediato, cumpre função estratégica no combate à pobreza, na inclusão bancária e na construção de uma sociedade mais justa.
Fechar agências em nome da lucratividade é se render à lógica do mercado, deixando para trás a missão pública que justifica a existência da Caixa. Sindicatos dos Bancários dialogam com a Superintendência, que afirma buscar alternativas para realocar os colegas afetados.