Trabalhar ou estudar: a falsa escolha
Hoje, mais de 66 milhões de brasileiros com mais de 15 anos estão fora da escola sem ter concluído a educação básica. A maioria é composta por pessoas negras e de baixa renda.
Por Julia Portela
O racismo estrutural, aliado à desigualdade social, é um dos principais obstáculos para a permanência de jovens e adultos na educação básica. A necessidade de contribuir com a renda familiar obriga milhões a deixarem a escola para trabalhar, em um ciclo de exclusão que o modelo econômico dominante insiste em manter.
Hoje, mais de 66 milhões de brasileiros com mais de 15 anos estão fora da escola sem ter concluído a educação básica. A maioria é composta por pessoas negras e de baixa renda. A lógica de mercado, imposta pelas elites econômicas e sustentada por governos neoliberais, trata educação como privilégio e não como direito. Jovens de periferia são empurrados para o trabalho precoce enquanto a elite naturaliza a exclusão.
Diante do cenário, iniciativas como o programa Pé-de-Meia, do governo federal, representam passos concretos para romper com o ciclo. Ao oferecer incentivo financeiro à permanência escolar, o programa reconhece a realidade das famílias brasileiras e busca garantir condições mínimas para que os jovens não precisem abandonar os estudos.
Enquanto setores da extrema direita atacam qualquer avanço social, medidas como o Pé-de-Meia enfrentam a lógica do abandono e apontam para um caminho de justiça social. Educação não pode ser privilégio de poucos: é ferramenta de transformação e direito de todos.