O país que se vê nas telas

Cada posto direto no audiovisual gera outros quatro na cadeia produtiva, segundo o mesmo estudo, e paga em média o dobro do salário nacional.

Por Camilly Oliveira

O audiovisual brasileiro deixou de ser coadjuvante na economia. Em 2024, o setor empregou 58% mais pessoas que a fabricação de automóveis, segundo estudo da Oxford Economics com base em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A área movimentou R$ 70,2 bilhões, o equivalente a 0,6% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, e transformou criatividade em desenvolvimento. Mesmo com o avanço do streaming, a TV aberta segue como maior fonte de receita e de empregos, responsável por 44% das vagas.

 


Cada posto direto no audiovisual gera outros quatro na cadeia produtiva, segundo o mesmo estudo, e paga em média o dobro do salário nacional.É um setor que alimenta a economia e reafirma a identidade do país, mostrando que investir em cultura é também política industrial. Enquanto a indústria tradicional freia, o audiovisual acelera com histórias, sotaques e rostos brasileiros impulsionando renda, turismo e projeção internacional.

 


Produções como “Agente Secreto”, que vem acumulando indicações em festivais, e “Ainda Estou Aqui”, vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional, revelam um Brasil que se reconhece nas telas e exporta talento. Em 2023, o país teve superávit de R$ 2,6 bilhões nas exportações do setor, prova de que o cinema e a TV nacional valem mais do que entretenimento: são um ato de soberania cultural e um motor econômico que faz o país se ver, ouvir e principalmente, ter orgulho de si mesmo.