Apostas custam caro ao país e aos brasileiros 

Os jogos de azar e as apostas online resultam em perdas econômicas e sociais estimadas em R$ 38,8 bilhões por ano. O dado está no estudo inédito A saúde dos brasileiros em jogo. Para além da questão financeira, o vício em bets tem impacto direto do adoecimento mental de muitos apostadores. 

Por Ana Beatriz Leal

O “boom” do setor de apostas online, beneficiado pela tecnologia, propagandas por todos os lados, além da ausência de regulação e políticas públicas, têm um preço, que é alto e não é pago pelos donos das bets. Perdem a economia brasileira e as famílias, que estão mergulhadas em dívidas. 
 

Os jogos de azar e as apostas online resultam em perdas econômicas e sociais estimadas em R$ 38,8 bilhões por ano. O dado está no estudo inédito A saúde dos brasileiros em jogo. Para além da questão financeira, o vício em bets tem impacto direto do adoecimento mental de muitos apostadores. 
 

O valor projetado pela pesquisa (R$ 38,8 bilhões) representaria a elevação de 26% no orçamento do programa Minha Casa, Minha Vida do ano passado, ou 23% a mais no Bolsa Família.
 

Outro dado que preocupa é que, segundo o Banco Central, os brasileiros destinaram cerca de R$ 240 bilhões às bets em 2024 e os beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em apostas, por meio do Pix, em agosto do ano passado.
 

No primeiro semestre deste ano, o Brasil contabilizou 17,7 milhões de apostadores. Levantamento da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) mostra que cerca de 12,8 milhões estavam em situação de risco com relação a apostas.
 

Os pesquisadores também projetam o tamanho das perdas diretas e indiretas para o Brasil: - R$ 17 bilhões por mortes adicionais por suicídio; - R$ 10,4 bilhões por perda de qualidade de vida com depressão; R$ 3 bilhões em tratamentos médicos para depressão; - R$ 2,1 bilhões com seguro-desemprego; - R$ 4,7 bilhões encarceramento por atividade criminal; e - R$ 1,3 bilhão diz respeito à perda de moradia.