Dia dos Bancários: a luta define a categoria
Ter uma data no calendário nacional é um lembrete de que apenas a ação coletiva sustenta direitos. O 28 de agosto recorda vitórias, mas também aponta para os desafios de hoje, que são inúmeros e cada vez mais complexos. A defesa dos empregos em meio a substituição de pessoas por IA, salários e a democracia diante de um modelo que insiste em colocar o lucro acima da vida.
Por Camilly Oliveira
O Dia do Bancário não nasceu como simples homenagem, como tudo no Brasil, é resultado de muita luta. Em 1951, uma greve histórica de 69 dias, em São Paulo, garantiu direitos e consolidou a data como símbolo de uma categoria que nunca aceitou a exploração em silêncio. Desde então, 28 de agosto se transformou em marca de mobilização, memória e identidade coletiva.
Na Bahia, o Sindicato sempre fez da data um espaço de celebração política e cultural. O dia reafirma que, diante de bancos cada vez mais poderosos, lucrativos e acima de tudo, exploradores, a força da categoria está na unidade.
Ter uma data no calendário nacional é um lembrete de que apenas a ação coletiva sustenta direitos. O 28 de agosto recorda vitórias, mas também aponta para os desafios de hoje, que são inúmeros e cada vez mais complexos. A defesa dos empregos em meio a substituição de pessoas por IA, salários e a democracia diante de um modelo que insiste em colocar o lucro acima da vida.
As conquistas
Os direitos dos bancários nunca caíram do céu. A jornada de 6 horas diárias, conquistada após inúmeras greves e paralisações mobilizaram todo o país, e mostrou que só a unidade consegue frear a exploração. A gratificação semestral, arrancada em negociações duras, provou que reivindicação firme se traduz em reconhecimento concreto.
A licença-maternidade de 120 dias, conquistada com pressão nacional, garantiu proteção às mulheres em um setor historicamente desigual. As negociações nacionais, estruturadas com assembleias e mobilizações, consolidaram regras que valem para todos os bancos, evitando que direitos se perdessem em acordos locais. Cada avanço é prova de que direitos surgem na rua, na base, em greves, paralisações e pressão direta sobre os bancos.
Em defesa da democracia
A categoria bancária sempre esteve na vanguarda da defesa da democracia e dos direitos sociais. Em 2016, denunciou o golpe jurídico-parlamentar-midiático que derrubou a então presidenta Dilma Rousseff sem crime de responsabilidade, expondo o ataque institucional aos trabalhadores e à soberania popular.
Nos anos seguintes, participou ativamente das mobilizações contra a prisão injusta de Lula, mostrando que resistência política e unidade da classe trabalhadora são armas poderosas contra arbitrariedades do poder. As ações não se limitaram a protestos, mas envolveram pressão nacional, articulação sindical e conscientização da sociedade sobre os riscos do autoritarismo e a extrema-direita.
Em 2022, a atuação política dos bancários contribuiu decisivamente para a histórica vitória de Lula, quando a democracia social derrotou o projeto ultraliberal e fascinazista de Bolsonaro. O Dia do Bancário, assim, também celebra a postura de uma categoria que não apenas negocia salários, mas combate golpes, defende direitos e protege a democracia.