COLUNA SAQUE
Por Rogaciano Medeiros
CASO PERDIDO
O ministro Luiz Fux, que votou pela absolvição de seis dos oito réus do núcleo crucial, inclusive Bolsonaro, e negou ter havido conspiração para golpe de Estado, nunca teve apreço à democracia social. Acoitou os crimes da Lava Jato, fez acertos com Dallagnol (2016), apoiou a cassação de Dilma, que o indicou, e em 2018 negou habeas corpus preventivo para Lula.
CHAMA ATENÇÃO
O fato de Fux ter condenado apenas dois réus do núcleo crucial - o tenente-coronel Mauro Cid e o general Braga Netto - comprova as incoerências e contradições no voto do ministro. Pelos autos do processo, as provas, a identidade política e a cumplicidade ideológica entre os acusados, se absolvesse um teria de absolver todos. “Gato escondido com o rabo de fora”.
EXPLICA, FUX
Às vezes, o problema não se limita em o cidadão ser mau ou bom caráter, mas não tê-lo, o que é pior. No vergonhoso voto pela absolvição de seis réus do núcleo crucial da trama golpista, o ministro Fux faltou explicar à sociedade porque no mensalão votou para o STF julgar quem nunca teve foro privilegiado e agora assume posição totalmente contrária. Está devendo.
SALVA NINGUÉM
É bom deixar bem claro para quem tem dúvida, por tolice ou cretinice, que o voto de Fux pela absolvição não livra Bolsonaro e auxiliares da condenação e prisão. Muito menos ajuda na anistia para os golpistas, pois a proposta é inconstitucional e se o Congresso, irresponsavelmente aprová-la, o STF não hesitará na anulação, queiram ou não os EUA, Trump e os traidores da pátria.
“ÉTICA” RENTISTA
A desfaçatez do sistema financeiro se evidencia mais uma vez no caso do Itaú, cuja Fundação divulga pesquisa segundo a qual 77% condenam a disparidade social no Brasil, justamente quando o banco, com lucro líquido de R$ 41,4 bilhões ano passado, promove mil demissões de uma só vez. É a “ética” rentista da economia parasita. O antídoto é a democracia social.
