COLUNA SAQUE
Por Rogaciano Medeiros
OUTRO GOLPE
O caráter golpista e reacionário da maioria dos deputados fica mais uma vez evidente com a aprovação pela Câmara da redução das penas dos condenados por trama para golpe de Estado. O projeto agrava a tensão institucional, vulnerabiliza a democracia e a Constituição. A extrema direita está articulada e deve aprovar também no Senado. Juristas apontam inconstitucionalidade.
SUPREMO VALOR
A redução de pena dos golpistas - no caso de Bolsonaro, motivo maior do projeto, chega à metade - atende parcialmente as chantagens do senador Flávio para retirar a candidatura a presidente e abrir espaço para Tarcísio, hoje o queridinho das elites. O clã bolsonarista vai querer mais. O Brasil e os brasileiros continuarão reféns dos fora da lei? Daí o valor do STF.
VALIDADE VENCIDA
O preço cobrado por Flávio para “vender” a pré-candidatura à presidência da República lembra aquele vendedor desonesto tentando vender o que não tem para entregar. O pai “elegível e livre” significaria a anulação de decisões de duas cortes superiores: TSE e STF. Dificílimo. Bolsonaro é um produto com validade vencida. Nocivo para a democracia, a República e a cidadania.
AJUSTE REPUBLICANO
Irritado por ter interesses pessoais e de grupo contrariados, o senador Davi Alcolumbre (UB-AP) alega que a decisão de Gilmar Mendes sobre impeachment de ministro do STF “usurpa poderes do Legislativo”. Não é verdade. A liminar apenas impede o Supremo de continuar refém da presidência do Senado, como de fato estava ocorrendo. Ajuste institucional.
VACILOU, MESSIAS
Indicado por Lula para a vaga de Barroso, o advogado-geral da União, Jorge Messias, causou decepção no campo progressista ao pedir a Gilmar Mendes para voltar atrás na liminar que só permite à PGR pedido de impeachment para ministros do STF. O AGU sabe o valor da decisão para a democracia e a República. Colocou o interesse pessoal acima da institucionalidade.
