COLUNA SAQUE
Por Rogaciano Medeiros
BRINQUE NÃO
A notícia de que ministros do STF negociaram com parlamentares defensores do golpismo a aprovação do projeto da dosimetria, o qual reduz as penas dos golpistas - a de Bolsonaro cai à metade - é altamente preocupante. Sinaliza vulnerabilidade do Supremo, que vinha firme no cumprimento da Constituição, às pressões e chantagens das elites. De volta ao passado?
LIÇÕES RECENTES
Se o STF negociar com a extrema direita a flexibilização da punição dos golpistas, mostrará não ter aprendido nada com lições recentes. Ao não impedir as delinquências da Lava Jato e permitir o impeachment de Dilma sem comprovado crime de responsabilidade, contribuiu decisivamente para a ascensão do fascinazismo e fortalecimento do golpismo. Vai vacilar de novo?
ENORME DECEPÇÃO
Vergonhoso, decepcionante se realmente ministros do STF, ultimamente o porto seguro do Estado democrático de direito no Brasil, se misturarem com parlamentares que defendem e praticam descaradamente o golpismo, aprovaram a PEC da bandidagem, querem anistiar criminosos que atentaram contra a democracia e sempre apostaram na instabilidade institucional.
DEIXAR CLARO
Vale repetir sempre para não deixar dúvida: a liminar de Gilmar Mendes não põe fim à exclusividade do Senado no impeachment de ministro do STF. Apenas só autoriza a PGR protocolar pedido e acaba com maioria simples dos presentes, o que possibilitava o afastamento de um membro do Supremo por apenas 21 votos favoráveis. Colocava, sim, a institucionalidade em risco.
LEGISLATIVO NEGADO
As tristes imagens do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) retirado à força da mesa diretora pela Polícia Legislativa, a mando do presidente Hugo Motta (PR-PB), dão a exata dimensão de como a Câmara, dominada pela extrema direita, tem sido usada para proteger projetos criminosos, políticos que se põem acima da lei e sabotar a democracia social. É a negação do Legislativo.
