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Proliferação de armas de fogo. A quem interessa? 

No artigo, o diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ, Álvaro Gomes, fala sobre o seminário anual do IAPAZ, com o tema Paz só Com Justiça Social: proliferação de armas de fogo. A quem interessa?

No próximo dia 15/12/2022, às 14 horas o IAPAZ-Instituto de Estudos e Ação Pela Paz Com Justiça Social, com apoio do Sindicato dos Bancários da Bahia vai realizar o seu seminário anual com o tema: Paz só Com Justiça Social: proliferação de armas de fogo. A quem interessa? Este tema necessita de uma reflexão por parte da sociedade, considerando que o governo Bolsonaro emitiu dezenas de atos normativos e decretos com o objetivo de facilitar a posse e porte de armas.


A violência no país é uma triste marca que vem atingindo milhares de pessoas no geral jovens, negros e pobres. Em 1980 eram 13 mil homicídios a partir daí foi aumentando até atingir 51.534 em 2003. Desse período até 2008 quando teve 50.659 homicídios, houve pequena queda, comparado com 2003. A partir de 2009 novos aumentos, chegando a 64 mil assassinatos em 2017.  Houve nova redução a partir de 2018, chegando a 47.503 em 2021.


A pergunta é: A política de facilitação de porte e posse de armas foi a responsável pela redução do número de homicídios?  A resposta segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública é NÃO, sustenta que quanto maior a proliferação de armas, maior a taxa de homicídios. A estimativa é de que se não houvesse o aumento de armas de fogo em circulação a partir de 2019, seriam evitadas 6.379 mortes. https://forumseguranca.org.br/.


Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública a redução dos homicídios ocorreu em função de vários fatores como envelhecimento da população e acordo entre facções criminosas. Em 2021 por exemplo embora tenha havido queda no número de assassinatos, cresceu em 24% o número de mortes por revolveres, pistolas e garruchas, denominados armas de fogo de mão. 


A política de proliferação de armas de fogo, é a política da morte, a imprensa tem noticiado muitos casos de CAC- Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador, fornecendo armas para as facções criminosas. Na realidade esta política tem servido para armar as milicias e aumentar o lucro da indústria armamentista e não tem nada a ver com segurança pública. Até porque uma das medidas do governo Bolsonaro foi revogar portarias do exército que permitia o rastreamento de armas.


Insistimos na tese do IAPAZ: PAZ SÓ COM JUSTIÇA SOCIAL


*Álvaro Gomes é diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ