Saúde pública do Brasil corre risco com Bolsonaro

A irresponsabilidade de Jair Bolsonaro pode agravar ainda mais a pandemia de coronavírus que o mundo tem enfrentado. O ritmo da doença causada pelo covid-19 tem acelerado no Brasil, e o relatório da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) estima que até o dia 6 de abril, o território brasileiro terá 5.571 mortes causadas pela doença. Ignorando dados do próprio governo, o presidente, em pronunciamento nesta terça-feira (24/03), resolve tomar uma postura leviana contra medidas que estão sendo tomadas pelos governadores do estado para conter o vírus.


Não é a primeira vez que Bolsonaro trata com descaso a pandemia. Em outro momento chamou a doença de “gripinha” e disse que não passava de histeria a atitude tomada pelos governadores e até mesmo do Ministério da Saúde, escolhido pela sua equipe. Desta vez, foi contra com veemência o isolamento, a suspensão das aulas presenciais, o fechamento do comércio, medidas adotadas para evitar a propagação do vírus.


Contrariando a ciência, as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde), e todos os países que tentam contornar a crise, o presidente age minimizando os efeitos do coronavírus, e chega a debochar ao dizer que, pelo seu histórico atlético, jamais seria acometido. O grande risco da sua fala é causar um colapso no sistema de saúde nacional, que por mais que tenha se preparado para a pandemia, não teria suporte para atender a todos os doentes. 


Atitude de isolamento como da Índia e da China, dois países superpopulosos, fizeram diferença significativa no controle e alastramento do vírus covid-19. Até os Estados Unidos, país que o presidente idolatra, tem procurado seguir o mesmo caminho. No continente europeu, para evitar cenas como da Itália, em alguns países estão sendo aplicadas multas para pessoas que estiverem na rua sem justificativa. 


Mas quem tem se isolado, no pensamento de obscurantismo ideológico, é o chefe do Palácio do Planalto. O discurso de Bolsonaro não pode ser interpretado como inofensivo, já que desorienta milhares de pessoas que o seguem. Seu pronunciamento favorece a proliferação da doença, e põe em risco a vida de milhares de brasileiros. Toda sua atitude representa um atentado à saúde pública.