Bancos investem só em tecnologia para lucrar mais

Com o avanço da tecnologia, o setor bancário quer obrigar todo cliente a recorrer ao celular ou computador para realizar algum serviço. Assim, pode cortar despesa com pessoal e administrativas. Em 2018, o Brasil possuía 20.889 unidades bancárias. Agora tem 17.831. Na Bahia foram fechadas 53 agências e quase 600 postos de trabalho até agosto de 2021. No ano passado, 55 unidades tiveram as atividades encerradas.


A maior redução é do BB que deixou de operar 30 agências em 2021, resultado do desmonte realizado pelo governo Bolsonaro. Sem opções, muitos clientes acabam recorrendo aos canais digitais. Mas, outros milhões têm de se aglomerar nas poucas agências ou ficam sem o serviço.


Pesquisa da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), realizada em 2020,  mostrou que 8 organizações financeiras abriram 7,6 milhões de contas pelos canais digitais. Aumento de 90% frente a 2019. Houve salto de 64% nas transações com movimentação financeira feitas pelo celular.


É visível a importância da tecnologia nos tempos atuais, mas grande parcela da população, principalmente idosos e pessoas da zona rural, depende do atendimento presencial. Alguns serviços não são feitos pelo aplicativo e precisam do trabalho humano. O presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos, alerta ainda para fatores que levam ao fechamento das agências. "No caso dos bancos públicos, isso faz parte de uma estratégia de desmonte, com redução da capacidade de atendimento e diminuição da sua atuação, sobretudo em cidades do interior. Nos privados, trata-se de uma concentração ainda maior da atuação dessas empresas nas grandes cidades ou cidades de médio porte".