Negro é maioria entre resgatados em trabalho escravo

Negros, nordestinos e em plantação de cana de açúcar são maioria entre os mais de 500 trabalhadores resgatados em condição análoga à escravidão, pela Auditoria Fiscal do Trabalho em 2022. Do total, 84% se autodeclararam pretos ou pardos e 57% nasceram no Nordeste.


A maioria das pessoas (299) trabalhava no cultivo de cana-de-açúcar. As demais atividades com mais prevalência nestas condições foram produção de carvão vegetal (54 resgatados), cultivo de alho (25) e a criação de bovinos para corte (23). 


Minas Gerais foi o estado com mais ações, com a fiscalização de 22 empresas que mantinham 368 trabalhadores escravizados. Em seguida, Goiás e Bahia, com sete e seis ações fiscais, respectivamente. Por falta de comida, trabalho, saúde e educação, a maioria das vítimas é recrutada em cidades pobres do interior.


Segundo os dados, 95% das pessoas resgatadas são homens, 31% têm entre 30 e 39 anos, 13% são brancos e 3% indígenas. Ao todo, 23% declararam possuir até o 5º ano incompleto, 17% tinham do 6º ao 9º ano incompletos e 6% eram analfabetos.