Acesso à internet cresce na primeira infância

Segundo levantamento realizado pelo Núcleo Ciência Pela Infância, crianças de famílias de baixa renda são as mais afetadas. Cerca de 69% passam mais tempo do que o recomendado em frente a celulares, tablets e televisões, um cenário muitas vezes agravado pela falta de rede de apoio às mães sobrecarregadas.

Por Itana Oliveira

A introdução massiva e, muitas vezes, descontrolada da internet não poupa as crianças. O acesso na primeira infância mais do que dobrou em menos de uma década no Brasil, passando de 11%, em 2015, para 23%, em 2024, cenário que hoje já alcança 44% dos bebês de até dois anos e mais de 70% das crianças entre 3 e 5 anos.

 

Segundo levantamento realizado pelo Núcleo Ciência Pela Infância, crianças de famílias de baixa renda são as mais afetadas. Cerca de 69% passam mais tempo do que o recomendado em frente a celulares, tablets e televisões, um cenário muitas vezes agravado pela falta de rede de apoio às mães sobrecarregadas.

 

Se as consequências da exposição excessiva às telas já são prejudiciais aos adultos, em crianças em fase de desenvolvimento cognitivo o alerta é ainda mais urgente. O hábito pode afetar o desempenho emocional, social, a linguagem e diversas outras áreas do cérebro. Profissionais de saúde não recomendam o uso de telas para menores de 2 anos e orientam supervisão constante, com limite de até uma hora diária, para crianças entre 2 e 5 anos.

 

O cenário exige atenção do governo e avanços, tanto em políticas de conscientização quanto na ampliação da rede de apoio, como o acesso a creches, ainda inacessíveis para muitos, além do investimento em espaços públicos de lazer.