Bons ventos: reajustes acima da inflação

De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), cerca de 77% dos 90 reajustes de abril registrados até 6 de maio tiveram ganhos reais de salários. Somente 1,1% das negociações tiveram reajustes abaixo do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). 

Por Ana Beatriz Leal

Mais um dado prova que foi acertada a decisão de derrotar o ultraliberalismo nas urnas para entrar em campo a democracia social. Nos últimos anos, os trabalhadores sofreram com a precarização, a retirada de direitos e o arrocho nos salários. Agora, o bolso já sente as mudanças. 
 

De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), cerca de 77% dos 90 reajustes de abril registrados até 6 de maio tiveram ganhos reais de salários. Somente 1,1% das negociações tiveram reajustes abaixo do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). 
 

A variação real média na data-base subiu para 1,82%. É o segundo maior resultado nos últimos 15 meses, menor apenas ao verificado em julho de 2023 (2,85%) e praticamente igual ao registrado em janeiro deste ano (1,81%).
 

Quando observados o setores, a indústria e os serviços tiveram os maiores percentuais de reajustes acima da inflação (88,8% e 86,9%, respectivamente). Todas as regiões registram mais de 80% de negociações com reajustes superiores ao INPC. Destaque para o Sudeste, com 88,9% dos casos. 
 

Quem se prepara para o processo negocial é a categoria bancária, cuja data-base é 1º de setembro. A pauta de reivindicações será aprovada em junho. Em seguida deve ser entregue a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) para posteriormente dar início às negociações.