Impactos da IA na Caixa e no emprego bancário

Os impactos da inteligência artificial no mundo do trabalho estiveram no foco das discussões dos delegados do 39º Congresso dos Empregados da Caixa, nesta quarta-feira (05/06). Um dos pontos levantados é que 96% dos bancos utilizam tecnologias de inteligência artificial e 54% utilizam genIA, inteligência artificial generativa, usada para criar textos, imagens, músicas, áudios e vídeos. Preocupante. 

O setor bancário lidera o investimento privado em tecnologia no Brasil e no mundo. O orçamento só cresce. De acordo com a economista Vivian Machado, do Dieese, em 2023 os gastos em tecnologia dos bancos chegaram a R$ 39 bilhões. Para este ano, a estimativa de gastos ultrapassa R$ 47 bilhões, “Os principais investimentos serão direcionados para a inteligência artificial e GenIA, computação quântica, exploração de dados, cibersegurança, cloud, processos ágeis, ESG e pessoas”, afirmou. 

Mas, o uso de tecnologia e da inteligência artificial pode ter como consequência a redução de postos de trabalho no setor bancário. Para se ter ideia, a categoria era responsável por 95,2% dos empregados no ramo financeiro em 1990. Em 2021, o percentual caiu para 43,6%. 

Na Caixa, corte do quadro de pessoal só não foi pior pela luta do movimento sindical, que exigiu o cumprimento da exigência mínima de 5% de empregados com deficiência. Por isto, o banco público foi obrigado a realizar concurso específico para PcD e a contratar candidatos aprovados no concurso de 2014. Neste mesmo ano, o quadro chegou a ter 100.677 trabalhadores e caiu para 81.945 em 2020.