Multitarefa e a falsa ideia de eficiência
A multitarefa tende a reduzir o foco, comprometer a qualidade de entregas no trabalho e, o mais grave, atingir em cheio a saúde mental das pessoas. Dados de um estudo do LinkedIn comprovam: 87% dos profissionais brasileiros afirmam se sentir sobrecarregados com a velocidade das mudanças no ambiente de trabalho.
Por Ana Beatriz Leal
Na lógica do capital e da sociedade hiperconectada, ser um profissional multitarefa deixou de ser uma escolha e passou a ser quase uma obrigatoriedade. A pressão por fazer mais em menos tempo é constante, mas engana-se quem pensa que é sinônimo de produtividade.
A multitarefa tende a reduzir o foco, comprometer a qualidade de entregas no trabalho e, o mais grave, atingir em cheio a saúde mental das pessoas. Dados de um estudo do LinkedIn comprovam: 87% dos profissionais brasileiros afirmam se sentir sobrecarregados com a velocidade das mudanças no ambiente de trabalho.
O índice (87%) colocam o Brasil à frente de nações como Estados Unidos (50%), Alemanha (70%) e Índia (82%). Os números refletem uma cultura que valoriza a performance excepcional em detrimento da qualidade de vida.
Especialistas alertam que a multitarefa cobra um preço alto do corpo e da mente. Gera um esgotamento mental que pode se manifestar em estresse crônico, ansiedade e até prejuízos na memória.
Quando o cérebro é obrigado a lidar com várias tarefas que exigem atenção simultânea, ocorre uma sobrecarga cognitiva. O sistema nervoso central é forçado a se dividir entre os diversos estímulos. O resultado é a queda de desempenho e a exaustão que nenhuma falsa ideia de eficiência justifica.