De primeira capital a última do Nordeste
Salvador, primeira capital do Brasil, virou uma síntese do que acontece quando a política abandona o povo. A primeira capital do país, cheia de história e cultura, agora amarga a última posição entre as capitais do Nordeste no IFDM (Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal). São mais do que números. É a face de uma cidade rifada, no qual governar virou sinônimo de asfaltar avenida e fingir que isso é cuidar de gente.
Por Camilly Oliveira
Salvador, primeira capital do Brasil, virou uma síntese do que acontece quando a política abandona o povo. A primeira capital do país, cheia de história e cultura, agora amarga a última posição entre as capitais do Nordeste no IFDM (Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal). São mais do que números. É a face de uma cidade rifada, no qual governar virou sinônimo de asfaltar avenida e fingir que isso é cuidar de gente.
Os dados são da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), com base em 2023. Salvador aparece com índice de 0,6442, abaixo de todas as outras capitais nordestinas. Na saúde, marcou 0,5123, o pior índice da região. Em emprego e renda, 0,6481. E na educação, 0,7722. Nenhum setor escapou da marca do abandono. A cidade que mais gera lucros para o turismo nordestino é a mesma onde o trabalhador não encontra renda nem atendimento básico.
É importante dizer que o colapso não caiu do céu, mas tem CNPJ, cor partidária e sobrenome de grupo político que se reveza no poder priorizando obras para carros e esquecendo o básico. A elite soteropolitana continua lucrando, enquanto a maioria negra, periférica e jovem afunda em ruas alagadas.
O IFDM não deixa dúvidas de que a capital da Bahia não é uma cidade em desenvolvimento, mas, sim, freada pelo modelo que escolheu fachada no lugar de futuro.