A Feira da Reforma Agrária e a Consciência Política

Organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a feira questiona frontalmente os caminhos do modelo ultraliberal dominante, que transforma a terra - bem comum e fonte de vida - em simples mercadoria a serviço do lucro.

Por Júlia Portela


A 5ª Feira Nacional da Reforma Agrária chegou ao fim no domingo (11), em São Paulo, deixando um saldo político, social e simbólico de grande relevância para a consciência crítica da sociedade brasileira. Mais do que um evento de comercialização de alimentos, a feira é expressão viva de uma luta histórica que já dura mais de 40 anos: a luta por terra, dignidade e soberania alimentar.
 

 

Organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a feira questiona frontalmente os caminhos do modelo ultraliberal dominante, que transforma a terra - bem comum e fonte de vida - em simples mercadoria a serviço do lucro. A produção agroecológica dos assentamentos colocada à disposição do público no evento contrasta com o modelo do agronegócio, dependente de agrotóxicos, da monocultura destrutiva e da concentração fundiária.
 

 

A feira também cumpre um papel essencial de valorização dos pequenos e médios produtores rurais, responsáveis por mais de 70% dos alimentos que chegam à mesa da população brasileira, mas que, historicamente, vivem em situação de exclusão, escassez de recursos e abandono pelo Estado.
 

 

A partir dos debates promovidos durante o evento, abre-se espaço para discutir novos modelos de desenvolvimento político e social. A vida, a saúde e a sustentabilidade ganham centralidade nas reflexões propostas, fortalecendo os movimentos sociais populares em sua luta por uma sociedade mais justa e por um campo livre da exploração da terra e dos trabalhadores.