O colapso do clima
Enquanto líderes globais fazem discursos vazios sobre sustentabilidade, a ONU (Organização das Nações Unidas) sentencia que o planeta tem 80% de chance de bater um novo recorde de calor nos próximos cinco anos. A era da emergência climática não é mais uma ameaça futura, mas o presente moldado pela covardia política e pela prioridade cega aos lucros.
Por Camilly Oliveira
Enquanto líderes globais fazem discursos vazios sobre sustentabilidade, a ONU (Organização das Nações Unidas) sentencia que o planeta tem 80% de chance de bater um novo recorde de calor nos próximos cinco anos. A era da emergência climática não é mais uma ameaça futura, mas o presente moldado pela covardia política e pela prioridade cega aos lucros.
Os números mostram a falência dos acordos: 86% de probabilidade de que, mais uma vez, o mundo ultrapasse a marca de 1,5ºC em relação à era pré-industrial, 70% de chance de que esta média se consolide até 2029. A cada relatório, cresce a certeza de que os compromissos climáticos são peças de marketing, incapazes de conter o avanço da catástrofe.
O Ártico derrete três vezes mais rápido do que o restante do mundo, a Amazônia secará sob políticas que premiam desmatadores, e o nível do mar continuará subindo, deslocando populações que sequer são convidadas a serem ouvidas nas cúpulas do clima. A COP30 em Belém será, ironicamente, sediada no país que abriga a floresta mais cobiçada e saqueada do planeta. Resta saber se será palco de enfrentamento ou de mais uma encenação.