Trabalho infantil: seis mil resgates em 2 anos
Enquanto parte da sociedade finge não ver, meninos e meninas seguem arrancados da infância e lançados à lógica cruel do lucro sobre a vida.
Por Camilly Oliveira
Mais de 6 mil crianças e adolescentes foram resgatados do trabalho infantil no Brasil, nos últimos dois anos, segundo levantamento do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), muitos submetidos às piores formas de exploração.
São dados que envergonham qualquer país que se diga civilizado. Enquanto parte da sociedade finge não ver, meninos e meninas seguem arrancados da infância e lançados à lógica cruel do lucro sobre a vida.
A violação não se resume ao momento da exploração. O impacto atravessa gerações, aprofunda desigualdades, sabota o futuro. Crianças afastadas da escola, sem tempo para brincar, sem direito de sonhar, tornam-se adultos marcados por traumas, baixa escolaridade e salários miseráveis.
A realidade escancara a urgência de políticas públicas firmes e da responsabilização de quem explora. Quem naturaliza o trabalho infantil legitima a barbárie. Criança não trabalha, mas vive, aprende e brinca. Qualquer coisa diferente disto é crime, e deve ser tratado como tal.