Sacola plástica polui, lucro predatório mata.

O atual sistema de produção segue baseado em materiais altamente danosos ao meio ambiente, como o plástico, que pode levar até 400 anos para se decompor. Essa lógica produtiva nasce da mentalidade ultraliberal, que prioriza a redução de custos e o aumento do lucro.

Por Julia Portela

Estudo da revista Science mostra que áreas que adotaram políticas para limitar o uso de sacolas plásticas registraram de 25% a 47% menos resíduos do tipo em margens de lagos, rios e praias. A pesquisa, baseada em mutirões de limpeza nos Estados Unidos, comprova a eficácia de políticas públicas bem conduzidas e o impacto direto na preservação ambiental.

 

Em contrapartida, o atual sistema de produção segue baseado em materiais altamente danosos ao meio ambiente, como o plástico, que pode levar até 400 anos para se decompor. A lógica produtiva ultraliberal prioriza a redução de custos e o aumento do lucro, mesmo com o comprometimento do futuro do planeta.

 

Enquanto isto, os grandes conglomerados corporativos investem em discursos ecológicos e campanhas de marketing verde que, na prática, funcionam como maquiagem sobre problemas estruturais graves. Quem paga a conta da produção irresponsável não são os acionistas, mas, sim, a população, sobretudo periférica, que enfrenta enchentes, contaminação dos rios e os impactos diretos na saúde.

 

Diversos países implementam medidas concretas para limitar o uso de plásticos e proteger o meio ambiente, mas o Brasil segue na contramão: flexibiliza regras ambientais e desmonta órgãos de fiscalização. A política de desregulamentação adotada no governo Bolsonaro foi um desastre e os efeitos são visíveis até hoje.