Correção da tabela do IR reforça justiça fiscal
A defasagem da tabela do IR ultrapassa 154% desde 1996, resultado de uma política fiscal que há décadas penaliza os trabalhadores.
Por Redação
A correção progressiva da tabela do IR (Imposto de Renda) pelo índice da inflação acumulada entre 2023 e este ano, de 15,78%, poderia beneficiar diretamente mais de 38 milhões de brasileiros. A proposta do Sindifisco (Sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita Federal) é um passo decisivo para enfrentar uma das maiores injustiças do sistema tributário nacional.
A defasagem da tabela do IR ultrapassa 154% desde 1996, resultado de uma política fiscal que há décadas penaliza os trabalhadores. Enquanto o custo de vida sobe, a tabela permanece congelada por longos períodos, fazendo com que milhões passem a pagar imposto simplesmente por terem reajustes salariais para acompanhar a inflação. Isso amplia de forma perversa a carga tributária sobre quem vive do próprio trabalho, ao mesmo tempo, em que os grandes rendimentos do capital seguem intocados e protegidos.
Para além da correção da tabela, o Sindifisco propõe a criação de uma nova faixa de tributação mínima de 15% sobre contribuintes com rendas anuais superiores a R$ 2,4 milhões, incluindo remessas de lucros ao exterior. Outra proposta é elevar a alíquota efetiva mínima para até 15% para quem recebe acima de R$ 600 mil por ano. As medidas atingem uma minoria extremamente privilegiada e abrem caminho para um sistema tributário mais justo.