Mercado financeiro deita e rola no Brasil

Enquanto o governo federal busca aumentar a receita tributária com a arrecadação do IOF, derrubado pelo Congresso Nacional, conservador e reacionário, e que agora está em disputa judicial no STF, o mercado financeiro, que ajuda a produzir o déficit e acumula uma série de benesses, traz propostas que aprofundam as desigualdades do país. 

Por Ana Beatriz Leal

Enquanto o governo federal busca aumentar a receita tributária com a arrecadação do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), derrubado pelo Congresso Nacional, conservador e reacionário, e que agora está em disputa judicial no STF (Supremo Tribunal Federal), o mercado financeiro, que ajuda a produzir o déficit e acumula uma série de benesses, traz propostas que aprofundam as desigualdades do país. 
 

O Congresso se posiciona contra a liberação parcial, por parte do governo, da verba destinada às emendas individuais do chamado orçamento secreto. Aliado a isto está o interesse do mercado financeiro, já que a elevação do IOF atinge em cheio as movimentações do setor com o exterior.
 

O mercado acumula privilégios. A grande mídia não fala, mas no Brasil as taxas de juros de mercado cobradas no país são as mais elevadas do mundo. O que os bancos cobram de juros por mês chega a ser superior ao que alguns países aplicam por ano. 
 

Além disto, os bancos ganham remuneração com base na Selic (hoje em 15% ao ano) sobre um dinheiro que nem pertence a eles. Na verdade, é da sociedade, já que se referem a depósitos à vista, poupança e aplicações financeiras de pessoas, empresas e órgãos públicos. Esses valores são depositados no Banco Central, o que gera juros diários para as organizações financeira. Pura esperteza. 
 

No meio deste jogo, o mercado, que já deita e rola, e tem o atrevimento de propor medidas que acertam “o coração da população”.
 

Entre as propostas indecorosas, a definição de salário-mínimo sem aumento real, apenas com correção monetária pela inflação, separação dos reajustes dos benefícios fiscais do piso; limitar o aumento dos investimentos em saúde e educação, nova reforma da Previdência, além da reforma administrativa. Não por coincidência, todas que ferem de morte a população, quem mais precisa de assistência do Estado.