Falta de condições de trabalho adoece. E muito

As empresas, não por acaso, pautadas pela lógica capitalista, em que a rotina é explorar o trabalhador e extrair dele tudo o que for possível, inclusive a saúde, deveriam oferecer condições de trabalho adequadas. A realidade é outra. O número de acidentes fala por si só. 

Por Ana Beatriz Leal

As empresas, não por acaso, pautadas pela lógica capitalista, em que a rotina é explorar o trabalhador e extrair dele tudo o que for possível, inclusive a saúde, deveriam oferecer condições de trabalho adequadas. A realidade é outra. O número de acidentes fala por si só. 
 

O projeto Caminhos do Trabalho, sob coordenação da Fundacentro, em articulação com a Secretaria de Inspeção do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho, atendeu 1.039 pessoas até junho de 2025. Do total, 93,6% relatam ter sofrido acidentes laborais. Foi apontada relação com as condições de trabalho em 82,3% dos atendimentos, 11,3% ainda estão sob investigação e 6,4% não tiveram nexo causal constatado.
 

Agravo osteomuscular foi indicado em 46% dos atendimentos, o mesmo percentual para adoecimento psíquico. A relação com o trabalho foi comprovada em 87,3 % e 84,8% dos casos, respectivamente.
 

Os trabalhadores relataram movimentos repetitivos (77,7%), utilização de medicação (71,6%), ritmo acelerado (58,4%), tristeza (52,3%) e assédio no local de trabalho (38,6%). Em 64% dos atendimentos, houve relato de exigência demasiada de si, e o trabalho foi considerado penoso em 52%.
 

As pessoas atendidas no projeto são de 17 unidades federativas e 305 atividades econômicas, atuando em 165 cidades. É lamentável que o trabalho ainda seja, em muitos casos, sinônimo de adoecimento. O Sindicato dos Bancários da Bahia luta diariamente para que as empresas invistam e protejam a saúde e a segurança da categoria.