A máscara caiu: Trump, Epstein e os segredos do poder
Donald Trump ergueu sua carreira política posando de guardião da moral e dos bons costumes, defensor da pátria e inimigo da “imoralidade progressista”. Enquanto gritava contra supostos inimigos do povo, circulava em festas privadas com Jeffrey Epstein, bilionário envolvido em uma rede de exploração sexual de menores. Dividiram jantares, voos e elogios públicos. Agora, as conexões entre os dois voltam à tona, e o que Trump tentou enterrar começa a emergir, não pela transparência do governo, mas pela pressão de quem um dia o idolatrou.
Por Camilly Oliveira
Donald Trump ergueu sua carreira política posando de guardião da moral e dos bons costumes, defensor da pátria e inimigo da “imoralidade progressista”. Enquanto gritava contra supostos inimigos do povo, circulava em festas privadas com Jeffrey Epstein, bilionário envolvido em uma rede de exploração sexual de menores. Dividiram jantares, voos e elogios públicos. Agora, as conexões entre os dois voltam à tona, e o que Trump tentou enterrar começa a emergir, não pela transparência do governo, mas pela pressão de quem um dia o idolatrou.
Documentos liberados parcialmente pelo Departamento de Justiça apontam o nome de Trump em anotações, listas de convidados e registros de voo ligados a Epstein. Apesar disto, os dados mais comprometedores permanecem ocultos, sob a justificativa de “análise em andamento”.
Em julho, o FBI publicou vídeos da cela de Epstein que deveriam encerrar as suspeitas de assassinato, mas a investigação independente da Wired revelou que trechos da gravação foram adulterados. O que seria uma resposta transparente se transformou em algo ainda maior, o Estado agindo para proteger o presidente?
A base trumpista entrou em combustão. Elon Musk rompeu com o ex-aliado, congressistas de direita exigem respostas e até o Wall Street Journal trouxe à tona um cartão supostamente assinado por Trump, parabenizando Epstein. A resposta do presidente foi previsível: negou tudo, atacou a imprensa, culpou os democratas e chamou de idiotas os que exigem explicações.
A tentativa de conter a crise virou combustível para desconfiança e o presidente, acuado, ameaça processar jornalistas e pede que todos “sigam em frente”, como se as vítimas pudessem ser apagadas.
O caso Epstein não é só sobre crimes sexuais, mas sobre um sistema apodrecido que protege quem tem dinheiro, fama e poder. Trump, que tanto se vendeu como antídoto à podridão de Washington, hoje personifica as contradições que jurava combater.
A verdade incomoda, porque escancara que o rei da moral não é tão moralista assim. E talvez, por trás da fachada patriótica, o que reste seja apenas mais um rosto no meio da lama americana, mais um.