Cresce a adoção por casais homoafetivos no Brasil

Desde 2015, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) reconheceu a união homoafetiva como entidade familiar e autorizou a adoção por casais do mesmo sexo, as adoções aumentaram significativamente.

Por Rose Lima

O número de casais homoafetivos que realizam o sonho da paternidade e maternidade por meio da adoção cresceu nos últimos anos no Brasil. Os dados revelam que é possível constituir família, baseada no afeto, na responsabilidade e na diversidade.

 


Desde 2015, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) reconheceu a união homoafetiva como entidade familiar e autorizou a adoção por casais do mesmo sexo, as adoções aumentaram significativamente. Entre 2019 e 2024, o número de adoções por casais formados por dois homens saltou de 77 para 263, aumento de mais de 240%, segundo dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

 


Se considerados também os casais formados por duas mulheres, as adoções triplicaram no mesmo período, de 149 em 2019 para 458 em 2024. Apesar do avanço, o país ainda tem 5.369 crianças e adolescentes aguardando por adoção, de acordo com o SNA (Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento). 

 


O número de pretendentes, porém, é quase seis vezes maior — cerca de 33 mil pessoas. A principal barreira está na compatibilidade de perfil entre adotantes e adotados. Nesse cenário, casais homoafetivos têm papel fundamental. Estudos e especialistas indicam que, com frequência, esses casais estão mais abertos a adotar crianças fora do chamado “perfil desejado”: mais velhas, negras, em grupos de irmãos ou com histórico de acolhimento prolongado, justamente os perfis que enfrentam mais dificuldades para serem acolhidos.