Negros são as principais vítimas de violência no Brasil
Segundo o estudo, 82% das mortes decorrentes de intervenções policiais foram de pretos e pardos, sendo a maioria homens (99,2%) e jovens entre 12 e 17 anos, 2,3 a cada 100 mil, expondo que a população negra corre risco de nem chegar à idade adulta.
Por Itana Oliveira
A violência no Brasil ainda hoje é reflexo de um país escravista e preconceituoso. Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, no ano passado, a cada dez pessoas mortas pela polícia, oito eram negras.
A letalidade policial, no entanto, atinge também os integrantes da corporação, pois policiais negros são 65,4% dos fardados mortos em serviço. Mulheres negras também são as principais vítimas de feminicídio.
Segundo o estudo, 82% das mortes decorrentes de intervenções policiais foram de pretos e pardos, sendo a maioria homens (99,2%) e jovens entre 12 e 17 anos, 2,3 a cada 100 mil, expondo que a população negra corre risco de nem chegar à idade adulta. Entre 18 a 24 anos a taxa é de 9,6 a cada 100 mil.
No total, das 44.127 mortes violentas intencionais no Brasil, 79% eram negras e quase metade deste percentual tinha menos de 29 anos. Entre as mulheres, o cenário não é diferente: 63,6% assassinadas eram negras, com idades entre 18 e 44 anos. 79,8% ocorreram em casa praticadas por parceiros ou ex-parceiros.
Os dados expõem que a vida do negro corre risco até hoje como se ainda fosse escravizado. A marginalização não deixou o grupo, ainda que este lute com persistência e desespero.