Escola é lugar de memória e luta
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara de Salvador aprovou projeto que propõe incluir conteúdos sobre a história, geografia e atualidades da capital baiana no currículo escolar como disciplina complementar.
Por Camilly Oliveira
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara de Salvador aprovou o Projeto de Lei nº 236/2025, de autoria do vereador Ricardo Almeida (DC), que propõe incluir conteúdos sobre a história, geografia e atualidades da capital baiana no currículo escolar como disciplina complementar.
O texto já tem parecer favorável e seguirá para as próximas etapas de tramitação, abrindo caminho para que estudantes aprendam sobre a própria cidade de forma crítica e conectada à realidade local.
O projeto busca resgatar símbolos e acontecimentos que moldaram a identidade baiana, como o 2 de Julho, a Revolta dos Búzios, o legado do povo Tupinambá, as lutas negras do século XIX e a história da Irmandade da Boa Morte. São capítulos que muitas vezes ficam fora do material didático ou aparecem de forma reduzida, enquanto narrativas nacionais ganham centralidade.
Em um país que tantas vezes apaga vozes e histórias fora do eixo Rio-São Paulo, valorizar a memória baiana é romper com a invisibilidade. Levar para a sala de aula as batalhas populares, o protagonismo negro, indígena e feminino, além da riqueza cultural da primeira capital do Brasil, é formar pessoas que conhecem o chão em que pisam e entendem a potência coletiva.