Bancários denunciam exploração no Itaú
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) e o Comando Nacional dos Bancários destacaram a necessidade de unidade diante dos ataques cada vez mais agressivos do sistema financeiro.
Por Julia Portela
Na última sexta-feira (22/08), São Paulo sediou o Encontro Nacional dos Funcionários do Itaú, que reuniu 86 dirigentes e representantes sindicais de todo o país. O objetivo foi debater o cenário político e econômico, os impactos da inteligência artificial e, principalmente, a luta por saúde, emprego e dignidade da categoria.
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) e o Comando Nacional dos Bancários destacaram a necessidade de unidade diante dos ataques cada vez mais agressivos do sistema financeiro.
Entre dezembro de 2014 e junho de 2025, o Itaú fechou 2.031 agências, média de 3,5 por semana. Desde 2018, o sistema financeiro perdeu 4.853 agências (queda de 23,3%), com forte impacto sobre o emprego. Em 2009 o Itaú tinha 104 mil trabalhadores, hoje são 85,7 mil - 18,2 mil postos a menos. Só no ano passado foram 1,6 mil cortes no Brasil, compensados parcialmente por vagas precárias em tecnologia.
Esta política de enxugamento não é modernidade, é exploração. Metas abusivas, vigilância permanente e controle por algoritmos transformam o trabalho bancário em um ambiente de medo e pressão. O Sindicato dos Bancários denuncia essa lógica ultraliberal que desmonta direitos e tenta enfraquecer a Convenção Coletiva da categoria.
Encaminhamentos aprovados
- Denúncia ao Ministério Público do Trabalho e à Auditoria Fiscal;
- Auditoria externa sobre os dados digitais do banco;
- Readequação do Programa GERA e limites à vigilância;
- Campanhas de mobilização com a palavra de ordem: “Não somos robôs. Conectar não é se submeter”.
Representando o Itaú, estiveram Andreia Sabino, presidente da FEEB (Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe) e Luciana Dória, à frente da COE (Comissão de Organização dos Empregados).