Big techs agridem a soberania nacional
Sem grandes intervenções, as gigantes do ramo da tecnologia utilizam dados pessoais como método de manipulação digital. É a nova forma do capitalismo de violar e de sobrepor aos estados-nações. As companhias controlam infraestruturas, algoritmos e informações, além de moldarem o debate público e a economia global, em claro desafio à soberania das nações.
Por Ana Beatriz Leal
A posição do presidente Lula, na reunião ministerial desta terça-feira (26/08), de defender a imediata regulação das big techs, toca em uma questão que tanto tem preocupado toda a sociedade.
No Brasil, a discussão sobre o assunto ficou ainda mais em evidência depois de o STF (Supremo Tribunal Federal) determinar a responsabilização das plataformas digitais por conteúdos ilegais nas redes sociais.
Sem grandes intervenções, as gigantes do ramo da tecnologia utilizam dados pessoais como método de manipulação digital. É a nova forma do capitalismo de violar e de sobrepor aos estados-nações. As companhias controlam infraestruturas, algoritmos e informações, além de moldarem o debate público e a economia global, em claro desafio à soberania das nações.
A declaração de Lula ocorre em resposta ao presidente norte-americano, Donald Trump, que ameaça com tarifas os países que adotem impostos ou regulem as atividades de empresas americanas de tecnologia.
O presidente brasileiro fez questão de deixar claro que as big techs são “patrimônio americano, mas não nosso”. Ele destacou ainda que qualquer empresa que queira atuar no país deve respeitar a Constituição e a legislação brasileira e que o país não está disposto a ser tratado como se fosse subalterno.