Mais uma face da desigualdade

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que 29,5% das moradias brasileiras seguem sem ligação à rede de esgoto, mais de 22 milhões de casas à margem da infraestrutura mínima. O contraste regional é cruel: enquanto em São Paulo 94,1% dos lares tem sistema de saneamento e em Distrito Federal 91,1%, no Piauí tem apenas 13,5% possuem coleta de esgoto, no Amapá 17,8% e Rondônia 18,1%. 

Por Camilly Oliveira

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que 29,5% das moradias brasileiras seguem sem ligação à rede de esgoto, mais de 22 milhões de casas à margem da infraestrutura mínima. O contraste regional é cruel: enquanto em São Paulo 94,1% dos lares tem sistema de saneamento e em Distrito Federal 91,1%, no Piauí tem apenas 13,5% possuem coleta de esgoto, no Amapá 17,8% e Rondônia 18,1%. 

 


No Norte, só 31,2% contam com infraestrutura; no Nordeste, 51,1%. As regiões de comunidades ribeirinhas, indígenas e sertanejas convivem com fossas quase rudimentares, despejo em rios e doenças evitáveis.

 


O Sudeste ostenta 90,2% de cobertura, revelando a concentração de investimentos onde há retorno econômico imediato. Já no Norte, 2,1 milhões de domicílios despejam dejetos diretamente em águas e solos, superando até os ligados à rede geral. 

 


Houve avanços: desde 2019, a cobertura no Nordeste passou de 46,7% para 51,1% e no Norte de 27,2% para 31,2%. Mas o ritmo é insuficiente diante da urgência. Cada ponto percentual representa milhões de brasileiros sem direitos básicos.