Bets lucram às custas do vício
Empresas de apostas e de jogos on-line faturaram R$ 17,4 bilhões no primeiro semestre deste ano.
Por Itana Oliveira
Até onde vai a importância da economia? Esta é a pergunta que deve ser feita diante do dado divulgado pelo Ministério da Fazenda, de que empresas de apostas e de jogos on-line faturaram R$ 17,4 bilhões no primeiro semestre deste ano. O outro lado da moeda, no entanto, mostra que enquanto as ‘ estão lucrando, o brasileiro está utilizando a renda básica para manter o vício em jogos.
Dados do Banco Central mostram que entre janeiro e março deste ano, a população nacional gastou R$ 30 bilhões em apostas. Já em agosto do ano passado, R$ 3 milhões dos R$ 14,1 milhões pagos pelo Bolsa Família foram utilizados com o mesmo propósito.
Segundo o levantamento, 71% dos apostadores são homens e 28,9% mulheres. Quando se trata de faixa etária, o público de 31 a 40 anos é maioria (27,8%), seguido de jovens entre 18 e 25 anos (22,4%); 25 aos 30 anos (22,2%); 16,9% têm de 41 a 50 anos; 7,8% entre 51 a 60 anos e 2,1% de 61 a 70 anos. Percebe-se que a epidemia das bets afeta todas as idades, mesmo os mais experientes estão expostos ao risco.
O índice de suicídio por dívidas de aposta também tem se agravado, apesar de ainda não estar contabilizado. Basta uma pesquisa rápida para se deparar com uma série de histórias sobre indivíduos que venderam seus pertences para sustentar o vício, e quando se encontrava novamente atolado em dívidas, optou por tirar a própria vida.
A regulamentação das apostas deve levar em consideração mais do que compensação financeira para a economia, as consequências para a sociedade podem ser desastrosas em nome do lucro.