Bradesco: reestruturar é demitir
O Bradesco tenta mascarar os cortes sob o nome de “reestruturação”, que na prática significa demissão em massa, assédio por metas abusivas, colapso da saúde mental de quem permanece e falta de atendimento presencial aos clientes.
Por Julia Portela
Em pleno Setembro Amarelo, quando a saúde mental ganha destaque nas discussões públicas, o Bradesco dá mais uma demonstração de desprezo pelos funcionários. Nesta terça-feira (09/09), o Sindicato da Bahia realizou manifestações contra o fechamento de agências e as demissões em massa promovidas pelo banco, que não mede esforços para ampliar os lucros bilionários às custas da saúde e da dignidade dos bancários.
A mobilização foi na agência Centro, localizada no Comércio, em Salvador. A unidade está prevista para ser fechada no próximo dia 19. Com uma ampla base de correntistas, a unidade será incorporada pela Comércio/Mercado do Ouro, mais um passo no projeto de desmonte da estrutura física.
O ataque não se restringe à capital. O presidente do Sindicato, Elder Perez, destacou que Chorrochó, cidade do interior com mais de 10 mil habitantes, a pressão sindical foi determinante para que a Justiça suspendesse o fechamento da única agência local. A tentativa de encerramento deixaria toda a população desassistida, com a unidade mais próxima a 170 km de distância, em Paulo Afonso, um verdadeiro abandono.
O Bradesco tenta mascarar os cortes sob o nome de “reestruturação”, que na prática significa demissão em massa, assédio por metas abusivas, colapso da saúde mental de quem permanece e falta de atendimento presencial aos clientes. É inadmissível que em nome de indicadores financeiros se continue destruindo vidas. Nenhuma meta vale a sanidade de um trabalhador.
A luta continua nas ruas, nas agências, nas redes e nos tribunais. O Sindicato continua pressionando, até que a organização financeira se responsabilize sobre os problemas que gera atrás dos lucros bilionários.